segunda-feira, 31 de maio de 2010

ESCREVER NA AREIA

Dois grandes mercadores árabes, de nomes Amir e Farid, eram muito amigos
e sempre que faziam suas viagens para um mercado onde vendiam suas
mercadorias, iam juntos, cada qual com sua caravana e seus escravos
empregados.

Numa dessas viagens, ao passarem junto a um rio caudaloso, Farid resolveu
banhar-se, pois fazia muito calor. Em dado momento, distraindo-se, foi
arrastado pela correnteza. Amir, vendo que seu grande amigo corria risco de
vida, atirou-se às águas e, com inaudito esforço, conseguiu salvá-lo.

Após esse episódio, Farid chamou um de seus escravos e mandou que ele
gravasse numa rocha ali existente, a seguinte frase:



Ao retornarem, passaram pelo mesmo lugar, onde pararam para rápido
repouso. Enquanto conversavam, tiveram uma pequena discussão e Amir
alterando-se esbofeteou Farid. Este aproximou-se das margens do rio e, com
uma varinha, assim escreveu na areia:



O escravo que fora encarregado de escrever na pedra o agradecimento de
Farid, perguntou-lhe: - Meu senhor, quando fostes salvo, mandaste gravar
aquele feito numa pedra e agora escreveis na areia o agravo recebido. Por
que assim o fazeis ?

Farid respondeu-lhe: - Os atos de bondade, de amor e abnegação devem ser
gravados na rocha para que todos aqueles que tiverem oportunidade de
tomar conhecimento deles, procurem imitá-los. Ao contrário, porém, quando
recebemos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, próxima as águas para
que desapareça, levada pela maré, a fim de que ninguém tome conhecimento
dela e, acima de tudo para que qualquer mágoa desapareça prontamente no
nosso coração.

Um comentário:

nadijane disse...

Muito legal essa crônica.
Sempre procurei guardar em meu coração coisas boas coisas que me façam ter boas recordações,as coisas que fazemos ou fazem conosco e são ruins é melhor deixar fora do nosso coração,pois não nos enriquece em nada.
Não consegues ser assim?
Pede pra Deus Ele é o Deus do impossível.